Falta de educação trava crescimento do PIB
Com uma escolaridade ao nível europeu, o PIB português ganharia 14% a 33%. E seria maior se os alunos soubessem o mesmo que os finlandeses.
Fora da Europa na China, o País com o maior crescimento do PIB, aconteceu a revolução no ensino básico.
Além da reforma no Ensino Superior, a China investiu muito na educação básica de qualidade - esta, sim, gratuita a todos - , sendo uma das únicas nações do mundo que conseguiu implementar com sucesso as orientações da Unesco determinadas em 2000, por ocasião do Fórum Mundial de Educação, em Dacar, que estabeleceu uma série de compromissos visando a melhoria da educação no mundo, o que gerou o documento "Educação para todos". Em 1986, o Ministério da Educação da China, implementou com sucesso nove anos de ensino básico obrigatório e em período integral para todas as crianças chinesas - incentivadas pela isenção de qualquer tipo de pagamento de taxa e material escolar e por subsídios do governo à s famílias mais carentes. Segundo a Unesco, no final de 2003, 91% das crianças estavam na escola. No Ensino Fundamental, a média de crianças matriculadas passou de 93% em 1980 para 98% em 1998, e a média de estudantes entrando no ensino médio passou de 75.9% em 1980 para 94.3% em 1998, segundo dados do Ministério da Educação chinês.
Além disso, a China implementou um novo método pedagógico, focando na criatividade e pragmatismo dos estudantes. A ênfase é em ensinar a estudar, formação de valores. As disciplinas foram organizadas de forma a preencher as necessidades de desenvolvimento das diferentes regiões da China. Enfatizou-se também a relação entre a vida do aluno e o desenvolvimento de uma sociedade moderna, da ciência e da tecnologia. Dá-se mais atenção à individualidade dos estudantes e incentivo à independência deles no sentido de descobrir soluções, experimentar, investigar, colectar informações. Em 2004, o Conselho Estadual da China aprovou o Plano para Rejuvenescimento da Educação 2003-2007. Este plano prioriza a promoção da reforma educacional e desenvolvimento nas áreas rurais, onde 70% dos habitantes estão no ensino fundamental.
Há muita desigualdade entre as províncias chinesas, consequentemente, grande variação no padrão de ensino das escolas. Entre 1995 e 1996, enquanto os gastos com educação local nas oito províncias da região oeste era de 3.37% do Produto Interno Bruto, e 1.98% na região litoral. A média de gastos por aluno de 1988 até 1996 era de US$ 8,55 na região litoral, e de US$ 26.58 nas grandes cidades, segundo dados de 2001, do Centro Nacional de Pesquisa em Desenvolvimento Educacional da China.Para padronizar a qualidade de ensino nas regiões leste e oeste da China, o governo chinês deslocou não só recursos financeiros, mas também professores e pessoal administrativo das escolas mais ricas para apoiar escolas mais pobres. Também deu-se grande atenção às minorias. Nas escolas em que a maioria dos estudantes é de grupos étnicos minoritários no país, a língua escrita e falada é usada na instrução deles. Atualmente, há 29 línguas de 21 grupos étnicos minoritários na China. A cada ano, mais de 3.500 livros-texto são publicados nas línguas desses grupos minoritários.
Além disso, mais professores foram contratados e capacitados. De 1990 para 2002, aumentou em 106% o número de professores nas escolas chinesas, segundo relatório da Unesco. A reforma completa do ensino já foi feita em 57% do país.
Além disso, a abertura do país ao ensino privado promoveu a competição na Educação, elevando a qualidade no ensino e contribuindo para um padrão diversificado de desenvolvimento da educação.