Fim do EPE - Alarmismo ou Realidade?
A entrevista que o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas José Cesário deu ao Jornal Luso não traz boas notícias.
LusoJornal: Falamos agora de ensino.
O Senhor Secretário de Estado tem a tutela do Instituto Camões?
José Cesário: Não. Neste momento não há tutelas definidas. Há um processo de organização do Governo que não está finalizado. É pública a questão da diplomacia económica. Por enquanto, eu acompanho alguns assuntos com o Ministro.
LusoJornal: Como se sente, quando 500 alunos que estavam inscritos, não podem aprender português em França?
José Cesário: Vamos ter de encontrar respostas para o ensino do português englobando as Comunidades. Não podemos ter o sistema atual sem qualquer lógica em que determinados países pagam tudo, e outros não. Vamos apostar sobretudo nos projetos educativos envolvendo as Comunidades.
LusoJornal: Isso apenas é possível em Paris, em Lyon e nos grandes centros... não nas localidades mais isoladas.
José Cesário: Nos sítios onde for possível. Neste momento não temos dinheiro para pagar a todos os professores que estão no terreno. Teremos de fechar alguns cursos. Vamos suprimir mais professores.
LusoJornal: Assim? Com o ano em curso?
José Cesário: Não temos dinheiro. Não há outra solução. Estamos num momento em que temos de repensar no ensino. Vai haver problemas pontuais. Não tenho dúvidas.
Segundo a proposta de Orçamento do Estado entregue no Parlamento, a despesa total do MNE em 2012 vai ser de 334 milhões de euros, menos 10,6 por cento, ou 40 milhões de euros, em relação ao que foi gasto em 2011.
A poupança vai ser conseguida através de medidas como a reforma da rede diplomática e consular, o redimensionamento do pessoal do quadro externo, a reestruturação da organização do Instituto Camões e do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) e a redução de consumos intermédios, segundo o documento.
A crise da dívida soberana portuguesa já se manifestou em alguns cortes no Ensino Português no Estrangeiro.
- Corte de 10% nos salários.
- Corte dos subsídios de Verão e Natal.
- Indefinição da política cambial para as remunerações dos funcionários que trabalham fora da zona euro.
- Congelamento do concurso para este ano letivo, que resultou em 61 horários por preencher.
Será que o Ministro Paulo Portas vai terminar com uma política de língua que tem mais de 50 anos?
Os ganhos da difusão da Portugalidade são muito grandes. Temos milhares de alunos Portugueses que vivem no estrangeiro que visitam Portugal porque conhecem a Língua Portuguesa.