O primeiro passo na verdadeira mudança educativa em Portugal é implementar os estágios profissionais logo a partir do 8.º ano.

Portugal não tem um amplo programa de orientação profissional, vai a dando aqui e ali a alunos com mais de 15 anos, àqueles que falham sistematicamente o ensino regular.  

Repesquei este assunto, porque sinto que está relacionado com o afastamento dos Pais e Alunos do Conselho Pedagógico. Como já afirmei, sem eles a participar no Conselho Pedagógico, perdem-se as relações com a comunidade que são essenciais para a concretização dos estágios profissionais integrados na vida escolar.

Não existem razões que impeçam estágios profissionais logo a partir dos 14 anos, ou seja do 8.º ano. Os alunos já possuem maturidade no 8.º ano para experimentarem profissões ao longo de curtos períodos, por exemplo de uma semana.

As férias de verão são demasiado longas para os alunos do 3.º Ciclo e Secundário. Era preferível prolongar o ano letivo mais uma semana ou encurtar as férias, e permitir aos alunos a experiência enriquecedora do trabalho profissional.

Como implementar os estágios profissionais? Fiz alguma pesquisa e descobri que a Suíça promove-os do seguinte modo:

Cada Escola sensibiliza os privados para aceitarem os seus alunos.

Os alunos enviam cartas de apresentação aos privados, verdadeiros currículos.

Não existe remuneração, a mais valia que os alunos têm é a própria experiência.

No fim da semana o "patrão" preenche um questionário da Escola, com critérios de assiduidade, pontualidade, comportamento, concretização das tarefas profissionais.

Essa avaliação revela na avaliação dos alunos, naquilo a que chamamos Educação para a Cidadania.

Conforme constatei em conversas com os alunos, muitas vezes são nesses locais de estágio que mais tarde os alunos encontram o primeiro emprego. A taxa de desemprego na Suíça ronda os 3 %, talvez este seja um dos segredos!

A medida é simples, não custa dinheiro e é eficaz na redução do desemprego.