Como diminuir a assimetria entre interior norte, o sul e as regiões autónomas, relativamente ao litoral do país?
A grande diferença de resultados nos exames de 2010, como indiquei no último artigo, provocou-me a escrever esta reflexão na qual aponto alguns caminhos de resolução.

1. Promover a melhoria do corpo docente.
a) Criar mais atrativas as remunerações dos professores que queiram trabalhar nas regiões com fracos resultados nos exames.
A razão pela qual todos os docentes progridem de acordo com a mesma tabela não faz sentido. As regiões não são iguais, logo os ordenados também não deviam ser. Estamos perante um desafio: só melhorando a qualidade de vida dos docentes, por exemplo do Alentejo, é que os melhores docentes quererão viver nessas regiões. Algumas das melhorias da qualidade de vida são:
a1) Progressões mais rápidas para os professores das regiões menos desenvolvidas que consigam atingir ou superar a média nacional nos exames nacionais.
a2) Prémios de desempenho tendo em conta o absentismo, os resultados escolares, o envolvimento com a comunidade.
b) nota mínima de acesso aos cursos "Via de Ensino".
c) nota mínima final para poderem ingressar na profissão.
2. As famílias das regiões menos desenvolvidas têm menos meios para ajudar os seus filhos.
a) Criar bolsas de explicadores subsidiadas pelo estado, para ensinar 3 horas /docente aos sábados.
b) Criar escolas de língua. Escolas administradas pelo sector privado ou público, onde os alunos têm um currículo assente na aquisição faseada de saberes, normalmente um ano de progressão a cada dois de atendimento. Esta medida implica separar os alunos com necessidades educativas especiais das turmas gerais. A inclusão atinge-se quando todos melhoram os seus resultados, o que nas turmas regulares não acontece.
3. Assistência social mais eficaz.
Muitos alunos não tomam o pequeno almoço e a única refeição quente do dia é a que recebem na escola. A solidariedade ao nível do alojamento e alimentação tem de aumentar. Não através de dinheiro mas através dos próprios bens essenciais.
4. Aumentar o emprego
5. Educar para o equilíbrio financeiro.
A maioria dos alunos que terminam o 12.º ano não sabem:
a) Gerir o porta-moedas.
b) Pensar o que é um empréstimo bancário.
c) Gerir um orçamento.
6. Combater o abandono escolar.
a) Responsabilizar as famílias pelo abandono escolar. Exigir mais do sistema educativo.
a1) O abandono escolar devia ter uma moldura penal. Na minha perspectiva é um crime contra o menor permitir que ele abandone a escolarização, mesmo quando é da sua vontade ou da vontade da família.
b) Sou a favor de multas e penas de serviço comunitário às familias que permitem que os seus educandos desistam da escola. Há famílias que incentivam mesmo o abandono escolar.
c) As escolas não devem desistir dos alunos. A opção de transferi-los para escolas de correção em regime de internato ou semi internato é preferível ao abandono escolar, para garantir a educação da cidadania.