O Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP é assinalado quarta-feira pela primeira vez em vários pontos do espaço lusófono com iniciativas de cariz diverso, nas quais participa a rede do Instituto Camões.

A celebração, que é assinalada numa altura em que decorre também a semana cultural da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), foi instituída a 20 de Julho de 2009, por resolução da XIV Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da organização, realizada na Cidade da Praia, Cabo Verde.

O documento da CPLP justificava a decisão pelo facto de a língua portuguesa constituir, entre os povos da comunidade, «um vínculo histórico e um património comum resultantes de uma convivência multissecular que deve ser valorizada».

Declarava ainda que a língua portuguesa é um «meio privilegiado de difusão da criação cultural entre os povos que falam português e de projecção internacional dos seus valores culturais, numa perspectiva aberta e universalista» e, «no plano mundial, fundamento de uma actuação conjunta cada vez mais significativa e influente».

Para assinalar o dia, decorrerá em Maputo quarta-feira uma sessão na sala de conferências do Centro Cultural Português/Instituto Camões, com a participação dos representantes das missões diplomáticas dos países membros da comunidade presentes em Moçambique, ao mesmo tempo que decorre um seminário sobre língua portuguesa na Universidade Eduardo Mondlane. A sessão contará com conferências pelos professores universitários Perpétua Gonçalves e Lourenço do Rosário e pelo escritor Mia Couto. A poetisa Tânia Tomé e o escritor Calane da Silva declamarão poesia.

O seminário, organizado pelo leitorado de língua e cultura portuguesa da UEM, abordará três tópicos: ‘A Língua Portuguesa e a Investigação em Moçambique’, ‘A Língua Portuguesa e as Outras Línguas: o Ensino Bilingue e a Tradução’ ‘A Língua Portuguesa e a Literatura Moçambicana’, este último sob a forma de uma mesa redonda com a participação de Gilberto Matusse, João Paulo Borges Coelho e Francisco Noa.

Em Cabo Verde, onde o Centro Cultural Português e o Centro de Estudos Brasileiros da Praia promovem a semana cultural da CPLP com cinema, música e poesia, a linguista angolana Amélia Mingas apresenta na quinta-feira, na sede do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), instituição a que preside, as conclusões da conferência internacional ‘O Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial’, que decorreu em Março em Brasília.
Também na quinta-feira, em Otava (Canadá), as embaixadas de Angola, Brasil e Portugal assinalam o Dia da Língua Portuguesa em colaboração da Secção de Português da Universidade de Otava. Para além de intervenções de diplomatas e debate haverá um recital de poesia, bem como a apresentação de documentários e música da CPLP e uma exposição do fotógrafo brasileiro Christian Cravo.
Ainda no continente americano, em Boston (EUA), realizar-se-á uma palestra, no Centro de Língua Portuguesa da Universidade de Massachusetts, que será dinamizada pela leitora Sílvia Oliveira, que falará sobre a história, geografia e evolução do português.
Em São Tomé e Príncipe, a Embaixada de Portugal promove até 7 de Maio uma semana da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP, com palestras, mesas-redondas, uma feira do livro português e um sarau de literatura brasileira, estando prevista uma homenagem à poetisa Alda Espírito Santo e uma mostra gastronómica.
Por último, em Lisboa, a Representação Permanente de Portugal junto da CPLP, com o apoio do Instituto Camões e o Instituto de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), apresenta, a propósito do Dia da Língua e da Cultura da CPLP, uma sessão do espectáculo Versos Comunicantes, de Maria do Céu Guerra, sobre textos de Vasco Cabral, Ruy Duarte de Carvalho, Manuel Alegre, Camões, Rui Knopfli, Tomaz António Gonzaga, Alberto Lacerda, Jorge de Sena, Luís Carlos Patraquim, Manuel Bandeira, Carlos Drumond de Andrade, Sophia de Mello Breyner Andressen, Oswaldo Alcântara, José Craveirinha, Carlos Nejar e Álvaro Alves de Faria.
A actriz tem como seus convidados Olga Prats, Pompeu José, José Rosa, João d’Avila e José Luís Tavares.