Aluno da Secundária de Paredes violentamente espancado esteve internado três dias

Aluno da Secundária de Paredes violentamente espancado esteve internado três dias

Grupo de sete espanca um. Os cobardes nunca lutam mano a mano.

Se o ministério público, o tribunal, a segurança social e o ministério da educação não sancionar severamente estes agressores, a Escola deixa de ser um local de aprendizagem e passa a ser um local de sobrevivência.

Relembramos as cinco medidas que proponho contra a violência escolar, se quer saber mais consulte o dossier bullying

1. reforçar a autoridade dos professores e dos conselhos executivos das escolas.

2. diminuir para 12 ou 14 anos a idade da imputabilidade dos menores.

3. criar escolas de "Time-Out". Estas escolas funcionam como medida preventiva e precedem a extinção de benefícios financeiros aos Encarregados de Educação.

4. criar coimas para penalizar os Encarregados de Educação com meios financeiros e que não estão abrangidos pela anterior disposição.

5. reforçar a Educação para a Cidadania porque é preciso educar correctamente antes de castigar.

Um aluno da Secundária de Paredes foi espancado violentamente por sete colegas dentro da escola, tendo desmaiado. Mesmo inanimado, continuou a levar pontapés e murros. Dada a gravidade dos ferimentos, teve de ser operado no Hospital de S. João, no Porto.

Só ontem, sexta-feira, dois dias depois da agressão, o aluno teve alta.

Na passada quarta-feira, poucas horas antes da rixa, Rui L., 17 anos, morador em Cête, estava no comboio a caminho da escola. Terá sido atingido por pedras atiradas por um colega. Quando chegou à Secundária de Paredes, foi procurar o colega e pedir-lhe explicações. Após uma acesa troca de palavras, Rui agrediu o outro estudante com um murro.

Em retaliação, o jovem juntou seis colegas. Cerca das 10.30 horas, Rui foi abordado por dois rapazes que o insultaram e, logo de seguida, juntaram-se mais cinco. Foi empurrado, levou uma pancada forte na nuca e desmaiou. Apesar de o verem inanimado, os colegas continuaram a agredi-lo.

Accionado o INEM, o estudante foi transferido para o hospital de Penafiel. Tinha a mandíbula fracturada e, dali, foi levado para o S. João, onde foi submetido a uma intervenção cirúrgica. Só ontem teve alta.

No dia da agressão, a GNR de Paredes recebeu um telefonema de alguém que dizia estar ligado à Secundária de Paredes, dando conta de ter havido "uma pequena escaramuça na escola" e que "provavelmente iria repetir-se". O telefonema obrigou uma patrulha a deslocar-se à escola, mas não registou qualquer incidente.

Ontem, a meio da manhã, os pais de Rui foram à GNR apresentar queixa contra os agressores. Dada a natureza do crime, uma patrulha de militares da GNR deslocou-se ao estabelecimento de ensino para identificar os estudantes implicados, mas a escola, por sugestão da Direcção Regional de Educação, negou-se a fornecer as identidades.

"Fui informado que a agressão já foi participada pela escola ao Ministério Público. Pretendo apenas que seja penalizado quem cometeu a agressão", disse, lacónico, o pai do Rui. Do Conselho Directivo da escola ninguém quis falar sobre o assunto.

"A escola, por sugestão da Direcção Regional de Educação, negou-se a fornecer as identidades?" Isto não se chama obstrução à Justiça?

Notícia do Jornal de Notícias