Um psicólogo britânico defende que os computadores apenas devem começar a ser utilizados nas escolas pelos alunos a partir dos nove anos, pois perturba os níveis de atenção das crianças.
A teoria é de Aric Sigman, que durante uma conferência realizada este fim-de-semana no Reino Unido defendeu que quanto mais cedo as crianças começam a utilizar o computador, pior para o seu cérebro, que ainda não está totalmente desenvolvido.
O psicólogo, citado pelo jornal Telegraph, teceu duras críticas a um programa do Governo do Reino Unido, que pretende que a partir dos 22 meses as crianças comecem a interagir com computadores.
Para o psicólogo este tipo de políticas «subverte o desenvolvimento das capacidades cognitivas das crianças», argumentando que é muito mais importante a interacção com o mundo real.
Aric Sigman apontou mesmo o dedo a responsáveis governamentais britânicos ao afirmar que «há provas que demonstram que a introdução às Tecnologias de Informação e Comunicação nos anos iniciais da vida subverte as capacidades que os ministros dizem que querem que as crianças desenvolvam, como a capacidade de prestar atenção durante grandes períodos de tempo», sublinhando que «há um conflito entre a multitarefa e a atenção sustentada».
A polémica opinião defendida pelo especialista, autor de livros sobre esta matéria, surge numa altura em que o Governo britânico está a começar a implementar políticas que prevêem a utilização das tecnologias desde muito cedo no percurso escolar das crianças.
Mesmo assim Aric Sigman não é totalmente contra a introdução das tecnologias nas escolas, apenas considera que deve ocorrer mais tarde, por volta dos nove anos.
«Corremos o risco de infantilizar a mente das crianças ao entupi-las com sensações audiovisuais fortes», concluiu.