Há cada vez mais professores no desemprego após várias anos a leccionar.
Realisticamente as perspectivas não são animadoras.
Para compreendermos o drama que a classe docente está a atravessar leiam este testemunho de Duarte Nuno, professor de Educação Física na Escola EB 2,3 de Nelas, distrito de Viseu:
"Há professores por colocar e outros no desemprego a passar mal, alguns muito mal. E há pais a apertar bastante o cinto para que nada falte aos filhos".
Quais são as causas de tanto desemprego na classe? Vou resumir as principais.
O autoridade e respeito que a classe docente mantinham até ao virar do século (ainda mantém alguma) provocou uma grande procura, especialmente de cidadãs portuguesas, era do senso comum pensar que os rapazes iam para engenharia e direito, enquanto as raparigas seguiam para a docência e medicina.
A inflação do número de Instituições de Ensino Superior Politécnico tanto públicas como privadas fez aumentar anormalmente o número de licenciados, noutras áreas acontece o mesmo, nomeadamente em Direito.
O encerramento de escolas, principalmente no nível do 1.º Ciclo, já escrevi um post que conta como desde 1969 a 2009 encerraram 12225 escolas do 1.º ciclo.
Como reverter este processo?
Criar a nota mínima de acesso aos cursos de área educacional, por exemplo, 14 valores de média. Só esta medida traria um aumento da qualidade dos docentes e diminuiria a médio prazo o desemprego na classe, haja coragem e vontade política.