UTAD: 5,4 % das crianças portuguesas têm dislexia

UTAD: 5,4 % das crianças portuguesas têm dislexia

O estudo será apresentado dia 21 de Janeiro às 18:00 horas no Auditório da Juventude de Vila Real.

É um bom motivo para visitar esta cidade Transmontana.

O primeiro estudo sobre a prevalência da dislexia em crianças portuguesas revelou que 5,4 por cento desta faixa etária apresentam este distúrbio patológico de aprendizagem nas áreas da leitura, escrita ou soletração.
A investigadora, Ana Paula Vale destacou ainda a esperança de que este estudo traga informação útil a vários níveis, referindo que “há questões que devem ser respondidas nas escolas e não o são. Os professores devem ter noção desta realidade e de que numa turma com 20 alunos, há probabilidade de um deles ser disléxico, pelo que têm de saber lidar com isso”.

Por se tratar de um estudo pioneiro em Portugal, foram adoptados critérios muito específicos para classificar uma criança como tendo dislexia, de forma a não incluir erroneamente neste grupo aquelas que não têm esta patologia. “Em vez de usarmos apenas um ou dois critérios, utilizamos três ou quatro mais restritos”, exemplificou Ana Paula Vale.

Amostra socialmente representativa poderia aumentar valores de dislexia

Neste âmbito, de Maio a Julho de 2008, foram avaliadas 1460 crianças do segundo ao quarto ano de escolaridade, num conjunto de 81 turmas de 23 escolas localizadas nos concelhos de Vila Real e de Braga. Estas crianças foram assim testadas, em salas sossegadas, com rastreios de leitura, consciência fonológica e capacidades cognitivas gerais.

Os investigadores não recolheram informação suficiente para estabelecer percentagens relativas a cada tipo de ambiente sociocultural, ainda que saibam que foram abordados todos os estatutos sociais e que a maioria era oriunda de meios com estatuto sociocultural intermédio.

Contudo, tendo em conta que os grupos sociais mais desfavorecidos representam 49 por cento da população portuguesa e são associados a prevalências mais elevadas de défices na aprendizagem da leitura, os investigadores acreditam que numa amostra socialmente representativa as taxas apresentadas sofreriam um aumento.

Fonte: Ciência Hoje