Avaliação dos Professores

Avaliação dos Professores

Ministra assegura que vai chegar a acordo com os diferentes sindicatos dos professores

(Avaliação é o tema do nosso fórum)

13.11.2009 - 07:48 Por Graça Barbosa Ribeiro

Quando a jornalista Judite de Sousa perguntou a Isabel Alçada como reage "às ameaças" dos sindicatos dos professores que admitem voltar aos protestos se as negociações não resultarem, Isabel Alçada fez uma pausa, sorriu e disse: "Eu não encaro as coisas assim. Encaro o futuro como uma possibilidade de diálogo aberto, em que se vão encontrar formas de trabalho que permitam que as escolas trabalhem com serenidade".

Aquela foi a linha condutora de todo o discurso da ministra que se escusou a adiantar as medidas concretas que tenciona tomar - dizendo que elas serão apresentadas, primeiro, aos professores -, mas insistiu na abertura à negociação e assegurou que chegará a acordo com os sindicatos. "Vou chegar, acredite que vou chegar", insistiu, dizendo também que "é muito rápida a trabalhar" e "a apresentar resultados".

Isabel Alçada - que frisou nunca ter trabalhado sem autonomia - adiantou que já na próxima semana vão aparecer os primeiros esboços de soluções no que respeita ao modelo de avaliação e à revisão do Estatuto da Carreira Docente. Mas não se referiu à coincidência, no tempo, da apresentação "dessas primeiras possibilidades" com o debate na Assembleia da República e a possibilidade de os partidos da oposição se unirem com vista à suspensão dos efeitos do actual modelo de avaliação e o fim da divisão da carreira. "Essa é uma matéria da responsabilidade do Governo", frisou, dizendo-se "convicta" de que existirão condições para que as decisões sejam tomadas "pelo Ministério da Educação em negociação com as organizações sindicais".

Ao longo de toda a entrevista foi visível a preocupação em passar a mensagem de que tenciona "revalorizar a profissão de professor" e tocou em dois pontos sensíveis, a dos horários e do estatuto do aluno. Deu especial ênfase à questão da autoridade do professor e à necessidade de uma alteração da postura dos pais e encarregados de educação nesta matéria. "As pessoas têm de pensar que os professores têm 24 meninos ou jovens como aquele que têm em casa numa sala de aula", disse, comentando que "os adultos se esquecem de que educar é fazer valer a autoridade".

O momento menos descontraído da entrevista foi originado pela referência da jornalista Judite de Sousa às "boas intenções" de Isabel Alçada. "Não são só boas intenções e expectativas, sabe por quê? É que eu sei fazer. Já tenho muitos anos de trabalho em Educação e sei fazer", disse, firme.

in Jornal o Público