Por mais que se esforce a Ministra Isabel Alçada, não esconde a bipolaridade do Ministério da Educação, com uma mão tira e com a outra acena que dá.
Gandhi afirmou, se levarem a sério o "olho por olho" acabam todos cegos.
- Nestas últimas horas muito se tem discutido sobre o fim das retenções no ensino português, numa tentativa vã de imitar os nossos congéneres nórdicos. A verdade é que a política do Ministério é siamesa, tem uma cabeça que procura afastar-se das boas práticas dos países, como a Finlândia, a Noruega e a Suécia, e outra cabeça que se lembra de os imitar.
- Portugal tem vindo a melhorar na Taxa real de Escolarização e na Taxa de Abandono por Sexo, o fim das retenções é o caminho fácil para atingir valores próximos dos ideais, mas o preço é que a qualidade da aprendizagem continuará a divergir dos tanto idolatrados países nórdicos.
Com o encerramento das pequenas escolas aumentamos o rácio de alunos por professor, por isso mesmo, divergimos.
Como refere o ProfBlog.org citando o educar.blogspot.com
Guinote prova que é tudo ao contrário do que os socialistas andam a dizer.
Sobre o tamanho das escolas e os rácios na Noruega: rácio professor/alunos nas escolas secundárias: 8,2; tamanho das escolas secundárias: média de 500 alunos.
Sobre o tamanho das escolas na Noruega: 1018 escolas com menos de 100 alunos; entre 100 a 299 alunos, 1225 escolas; mais de 300 alunos, 816 escolas.
Com o anúncio da intenção de eliminar as retenções, divergimos, porque afinal nos países nórdicos a realidade é diferente:
Sobre a taxa de insucesso escolar na Noruega: 56% dos alunos completaram os estudos secundários dentro do tempo normal; 12% demoraram mais anos do que o normal; 19% abandonaram a escola antes do final dos estudos; 44% dos alunos precisaram de mais tempo para completar o ensino secundário.
Por fim lembro a navalha de Occam "Se em tudo o mais forem idênticas as várias explicações de um fenómeno, a mais simples é a melhor"
O que é mais provável: a nova Ministra da Educação Isabel Alçada que continua a anterior política da destruição da educação de proximidade, desta vez acertou relativamente ao fim das reprovações, ou afinal esta última intenção continuará a provocar a erosão da qualidade da educação portuguesa?