Leio regularmente o Blog TERREAR que tem uma publicação regular de textos de autor e de referência sobre a Educação.
A propósito de um artigo recente no TERREAR, sobre os processos e resultados educativos, fiz a relação com a implementação do Novo Estatuto do Aluno. Em breves palavras apesar do Estatuto do Aluno entrar em vigor dentro de alguns dias, após publicação no Diário da República, na prática só quando no terreno os Professores o concretizarem é que os seus efeitos dão resultados. Por isso é que os Directores Escolares já pediram um tempo de adaptação, o que na prática revela que as orientações da Assembleia da República foram emanadas em cima da hora do arranque do ano letivo. Seria bom que os legisladores trabalhassem mais eficazmente na Assembleia da República, para não termos vazios legais devido à falta de operacionalização no terreno.
Como se lê no TERREAR, o que tem de mudar não se pode prescrever, porque as mudanças na prática dependem do que pensam os professores. Esta dimensão pessoal da inovação significa que, em último extremo, a mudança se dirime no que os sujeitos sejam capazes de pensar e fazer com ela. Por isso não é possível pensar e promover de modo gerencialista a melhoria escolar. Desde esta abordagem, tratar-se-á de fazer uma fenomenologia da mudança educativa, investigando o significado que, numa situação organizativa e com uma política curricular determinadas, tem um dado curriculum para os participantes (professores e alunos), compreendendo os significados atribuídos às acções realizadas, as adaptações que têm feito da inovação e como tem sido “vivido” pelos agentes. O tema central da investigação será compreender os processos de reconstrução, redefinição e filtragem que uma inovação sofre até ser posta em prática, num processo de “adaptação mútua” e mediação entre duas culturas.
“Para a política é sumamente difícil mudar a prática educativa, especialmente através dos distintos níveis do governo. Em lugar de uma suposta relação directa entre política e prática, a natureza, o grau e o ritmo com que se produz a mudança na escola é consequência de factores locais que escapam ao controlo dos responsáveis políticos da administração educativa”. (McLaughlin, 1990:12)