Início de Ano Escolar Catastrófico Deve-se à Crise Internacional

Início de Ano Escolar Catastrófico Deve-se à Crise Internacional

Entre a falta de funcionários nas Escolas e as Autarquias enganadas que não sentem obrigação de garantir transportes escolares...a culpa é da "Crise Internacional".

 

Este é um argumento que ainda não foi usado na área educativa, se a "crise internacional" é a culpada de tudo em Portugal, aproveitem-na também para justificar a ausência de funcionários e o encerramento das escolas.

Faltam Funcionários.

A Fenprof denuncia que há escolas com 700 alunos a funcionarem com apenas três auxiliares, e a CONFAP garante que nunca viu um início do ano lectivo como este.

Na Escola Básica da Junqueira em Vilar do Paraíso há dois auxiliares para 280 alunos. Só que, os pais não deixaram. Colocaram cadeados nas portas e apenas suspenderam os protestos quando o presidente da Junta, Elísio Pinto, garantiu que iria suportar, "por dois ou três meses", o salário de dois tarefeiros. Um representante da Associação de País comentou assim a situação: "É sempre assim todos os anos. A Associação de Pais é que paga os salários de tarefeiros, até à normalização da situação. Para este ano, a escola tinha funcionários, que já cá estavam há uns oito anos. Mas foram dispensados", revela Joana Barbosa, enquanto espera pelo filho que frequenta o 3º ano da EB1 da Junqueira.

Autarquias revoltadas.

O presidente da Câmara de Valpaços, Francisco Tavares, discordou do encerramento de algumas escolas primárias antes da conclusão do centro escolar e, por isso, não está a assegurar o transporte das crianças dessas localidades, avançou hoje à Lusa.

Havia um acordo entre a Associação Nacional de Municípios e o Ministério da Educação para não encerrar as escolas primárias antes do Centro Escolar de Valpaços estar concluído, mas não foi isso que aconteceu”, adiantou o autarca.
Por isso, disse, “a autarquia continua a não assegurar o transporte das crianças das localidades onde as escolas primárias foram encerradas”.
O Centro Escolar de Valpaços ainda está em fase de conclusão e, “mesmo assim, o Ministério da Educação avançou com a decisão de encerrar as escolas”.
Desta forma, “enquanto o centro escolar não entrar em funcionamento a autarquia continuará a não custear o transporte dos miúdos”.
Desde que começou o ano lectivo, o transporte dos alunos de Água Revés, Canavezes, Possacos e Valverde para a escola de acolhimento está a ser feito em táxis pagos pelo Ministério da Educação.
Aliás, para Francisco Tavares, “as escolas para onde vão as crianças não têm melhores condições do que as suas antigas escolas primárias que encerraram”.
O autarca valpacense afiançou que em Carrazedo de Montenegro, onde encerraram sete escolas primárias, não se opôs porque o centro escolar estava concluído”.
Em comunicado enviado à imprensa, a Comissão Política Concelhia do PS tece duras críticas ao presidente da Câmara referindo que “ as crianças do concelho de Valpaços não são todas iguais”, porque “parece haver crianças de primeira e crianças de segunda”.
Acrescentando que “é lamentável que os responsáveis deste concelho não percebam que os desentendimentos que possam ter com as tutelas e com o Governo nunca, em caso algum, podem colocar em causa o interesse dos munícipes e, neste caso concreto, os interesses das crianças”.
Fonte: Público