O Socratismo deu um cheirinho com EVT mas a lei vem de trás!

O Socratismo deu um cheirinho com EVT mas a lei vem de trás!

Se pensavam que o ataque a EVT era o princípio, desenganem-se a ideia nasceu com o Decreto Lei 43/2007.

Já tinha referido em dois artigos a minha opinião sobre o professor generalista, habilitado a leccionar todas as disciplinas teóricas desde o 1.º ano ao 6.º ano. No primeiro utilizei um termo radical "tropa de elite", não queria ofender os alunos desse mestrado, queria sim apontar o fraco plano de formação dos cursos que frequentam. No segundo, visto que o desempenho a matemática estará ainda mais comprometido, apontei que o caminho certo seria a especialização dos professores de matemática.

O plano de formação, em especial de matemática que é a área em que julgo estar mais confortável, é claramente deficitário. Conta só com duas disciplinas semestrais, o que entendo ser insuficiente para formar um professor de matemática do 2.º ciclo.

A minha grande preocupação tem dois vértices, os docentes e os alunos. O Professor Generalista poderá diminuir o número de professores do 2.º ciclo, e os alunos poderão ter uma educação mais fraca, em nome da poupança do Estado.

Anexo a seguir o Decreto-Lei 43/2007 que criou os novos cursos, e adianto um excerto retirado da folha de rosto do curso da Escola Superior de Educação do Porto.

O ciclo de estudos agora apresentado, conducente ao grau de Mestre em Ensino do 1.º e do 2.º Ciclos do Ensino Básico, visa assegurar a titularidade da habilitação profissional para a docência generalista, nos ciclos de ensino acima referidos, aos licenciados em Educação Básica (Ponto 1 do Art.º 4.º do Decreto-Lei 43/2007). Inscreve-se, portanto, na necessidade de assegurar no 1.º e no 2.º Ciclos do Ensino Básico um corpo docente profissionalizado com capacidade de adaptação às mudanças que ocorrem na sociedade actual e que obrigam à reestruturação dos papéis cometidos à escola e ao professor. A formação destes docentes no Ensino Superior Politécnico está de acordo com as sugestões do recente relatório da OCDE sobre o Ensino Superior em Portugal (OCDE, 2006), nomeadamente no que se refere ao carácter profissionalizante daquele sector de Ensino Superior.